A transformação digital nos escritórios de advocacia — parte 2
Como prometido na semana passada, retomo hoje o tema da transformação digital no campo do Direito. Vimos algumas potencialidades que o…
Como prometido na semana passada, retomo hoje o tema da transformação digital no campo do Direito. Vimos algumas potencialidades que o setor possui e que deveriam impulsioná-lo a adotar a digitalização. Nesse artigo, vou tratar do que os escritórios de advocacia têm a ganhar caso abracem o conceito de TD e o implementem em sua prática.
O primeiro ponto é o mais evidente e que se aplica a qualquer setor da economia: a relação com o seu público. Em maior ou menor grau, todo cliente atualmente deseja aproveitar as facilidades do mundo digital para interagir com marcas e prestadores de serviços. E o Direito sem dúvidas não foge à regra.
Nesse sentido, a presença digital de um escritório e a utilização de ferramentas digitais é um passo crucial para a atração de clientes, porém é ainda mais importante para sua fidelização. Mais do que investir em marketing ou outras políticas de captação online de clientes, o grande potencial da TD no direito é no atendimento.
Um exemplo bastante simples: com tecnologias como certificação digital, não é mais preciso exigir que o cliente compareça ao escritório para assinar procurações e outros documentos. O uso do digital para serviço, no entanto, pode ir além. A TD possibilita, em outro exemplo, que os escritórios garantam acompanhamento dos processos aos seus clientes, simplificando as interfaces dos tribunais e dando melhor entendimento ao que ocorre.
Avançando mais, outro recurso à disposição dos escritórios é a inteligência artificial. Muitas startups no Brasil e no exterior já tem criado ferramentas para avaliação de decisões de juízes e tribunais. A posse dessas informações pode permitir que um escritório consiga indicar para um cliente como proceder dependendo do juiz ou promotor responsável pelo caso, pesando o risco-benefício de um acordo com a outra parte.
Esse é sem dúvidas um recurso bastante avançado e que a maioria dos escritórios poderá encontrar dificuldades em implementá-lo. Ao mesmo tempo, a tendência é de que tais ferramentas passem a estar cada vez mais frequentes, aumentando a diferenciação entre os escritórios. Assim, o objetivo, como em outros setores, é elevar a expertise de seu pessoal, através de treinamento ou contratação.
Mais: escritórios modernos devem pensar em investir em um departamento de TD, responsável pela aplicação de tais recursos. Esse setor também se torna fundamental para a proteção dos dados do escritório. Com ferramentas que permitem o compartilhamento digital de documentos e informações, os riscos de invasão aumentam. Assim, é importantíssimo equilibrar a comodidade dada aos clientes com a segurança de seus dados, que é a preocupação principal do público.
Sendo assim, ter ferramentas para gerenciar a comunicação e fazer uma interface melhor com fornecedores e clientes, usar um banco de dados de decisões jurídicas para otimizar o risco operacional, ter uma consultoria em parceria com TI para aproveitar o momento em que todo o mercado leva mais a sério a questão de dados de clientes e avaliar toda a cadeia de valor do escritório para identificar onde TI pode ser usado como um diferencial são estratégias importantes para escritórios de advocacia que querem ser diferenciar no mercado.
Em resumo, o que medidas vigorosas de transformação digital em escritórios de advocacia pode oferecer é melhorar o serviço aos clientes, elevar a qualidade das decisões, com otimização e racionalização dos atos das equipes e a proteção de informações confidenciais.
Ou seja, ganhos que significarão prestígio, bons resultados e confiabilidade, três fatores essenciais para a caminhada de qualquer escritório que deseja angariar cada vez mais clientes e entregar um serviço de alta qualidade.