Buscas do Google anunciam as mudanças no mercado financeiro
O mercado financeiro passa por grandes mudanças no Brasil e o interesse e atenção do público migra com velocidade para fintechs e serviços…

O mercado financeiro passa por grandes mudanças no Brasil e o interesse e atenção do público migra com velocidade para fintechs e serviços de nicho, deixando para trás (e impondo grandes desafios) aos players tradicionais e que dominam o setor nas últimas décadas. Essa é uma das conclusões que podemos tirar de uma recente pesquisa realizada pelo Google.
O levantamento mostra como o brasileiro tem alterado rapidamente sua mentalidade em relação a esse tipo de serviço e têm buscado opções fora do comum. O volume de pesquisas feitas sobre assuntos do setor é um bom indicativo para isso. Em um período de 12 meses encerrado em setembro do ano passado, foram feitas um total de 2 bilhões de buscas relacionadas a finanças no país, metade delas ligadas a produtos.
Os valores são muito similares aos registrados no período anterior (set. 2016 a set. 2017), mas o fluxo de buscas mudou inteiramente. Por exemplo, pesquisas sobre os cartões de Itaú e Bradesco caíram, respectivamente, 10% e 15% enquanto a procura pelo Nubank subiu 78%, o que coloca a fintech em segundo lugar nesse grupo.
Quando o assunto é investimentos, os novos players já dominam a procura, com a XP encabeçando a lista com 600 mil buscas por mês.
Na mesma lógica, as buscas por PagSeguro, Cielo e Rede, líderes do negócio de máquinas de pagamento, diminuíram, em média, 15% enquanto o público aumentou seu interesse pela SumUp em 287% e pelo Mercado Pago em 137%. Quando o assunto é investimentos, os novos players já dominam a procura, com a XP encabeçando a lista com 600 mil buscas por mês.
Números como esses vão ao encontro de outros dados obtidos pela pesquisa. O mais relevante deles mostra que o brasileiro está altamente interessado em utilizar soluções digitais para administrar suas finanças. Perguntado se aceitaria compartilhar mais dados com as empresas para obter benefícios ou se deseja utilizar suporte inteiramente digital, os entrevistados no país respondem sim a essas questões em nível até 15 pontos percentuais maior que a média global.
Porém, os bancos parecem ainda não ter entendido a mensagem uma vez que exigem, para a resolução de diversos tipos de problemas, mais interações offline ou via telefone do que o observado em países desenvolvidos. Isso gera uma discrepância grande na satisfação do cliente. Dentre os entrevistados, 71% estão satisfeitos com as fintechs que utilizam enquanto apenas 42% se dizem contentes com bancos e outras companhias tradicionais.
Todo esse cenário tem levado a um boom de fintechs em nosso país. Em agosto de 2018, o mercado registrava 403 startups financeiras no Brasil, 71 a mais do que o número em novembro de 2017, o que representa a abertura de nove empresas no setor por mês. O crescimento, aliás, se deu em todas as áreas, com destaque para Pagamentos, que foi de 90 a 105 fintechs, e Criptomoedas, que passou de 15 para 28 opções aos investidores.
O número de sinais de que o público brasileiro quer digitalização e personalização dos serviços financeiros em geral se avoluma a cada dia. Os próximos anos, podemos ter certeza, serão de mudanças ainda mais profundas e os players que não estiverem aptos a inovar e responder aos anseios dos clientes vão fatalmente ficar pelo caminho.