Você sente culpa quando erra? Então este texto é para você
Já há algum tempo venho querendo escrever sobre a importância de errar. Sei que parece um tema muito clichê, mas acredito que clichês como…
Já há algum tempo venho querendo escrever sobre a importância de errar. Sei que parece um tema muito clichê, mas acredito que clichês como esse são verdadeiros e pode ter boas reflexões.
Que errar é humano todo mundo está cansado de saber. Sabemos, é claro, mas transformar a teoria em prática não parece tão fácil. Me chama muito a atenção como queremos evitar o erro ou buscar a perfeição. Parece que errar, em toda e qualquer situação, é um bicho de sete cabeças.
É compreensível. Você, assim como eu, naturalmente não acorda todos os dias pronto para encarar os erros de uma maneira positiva. Pelo contrário: na maioria das vezes, errar nos deixa chateados com nós mesmos. Sentimos culpa e nos sentimos idiotas, mesmo pela mínima das falhas.
Mas por que continuamos fazendo isso se ninguém aprende sem errar? A falha é parte do processo de aprendizagem e para se chegar ao sucesso. Não existe sucesso sem falha.
Uma teoria é que somos educados para acertar.
Aposto que a pessoa responsável por você não gostava quando você tirava notas ruins na escola. Provavelmente você era repreendido por ir mal nas provas. E embora eu também não queira que meu filho tire notas ruins, tenho que reconhecer que precisamos valorizar mais o processo de aprendizagem a partir dos erros e não a partir de um número. Afinal, os erros vão acontecer de qualquer forma. O que muda é a maneira madura ou infantil em como lidarmos com isso.
Essa aversão e o medo do fracasso constantemente nos impede de ver o erro como a grande oportunidade que ele é. Isso significa que devemos estar aptos para deixar que as crianças errem, claro. Porém, esse assunto se aplica a diversos aspectos da nossa vida, principalmente ao trabalho.
Devemos nos esforçar em entender o que é “errar mais” e se errar, qual é o impacto? é algo contornável? Porque essa é a maneira mais efetiva de aprender alguma coisa, mesmo que outros materiais de auxílio estejam lá para nos ajudar. Para mim, o mais importante é reconhecer a grande diferença entre assumir riscos calculados e falhar por pura displicência.
Por exemplo, é muito difícil que alguém acerte de primeira uma receita que nunca fez antes. As informações estão ali — quantas xícaras de açúcar e quantas colheres de sal precisam ser usadas -, mas o método vai se aperfeiçoando a cada receita.
Apesar décadas de metodologia ágil nos mostrando que as coisas não saem exatamente como planejado mas que podemos aprender com os pequenos erros e reajustar o planejamento, continuamos nessa busca irreal pela perfeição, pelo exato.
A grande verdade é que as coisas não vão sair como o planejado. Como vamos monitorar os pequenos desvios (falhas) e como vamos re-adequar o nosso planejamento para absorver isso é onde mora a oportunidade.
Dito isso, quero levar você para outra reflexão.
No mundo dinâmico em que vivemos, como podemos nos sentir menos culpados por errar?
Você provavelmente já sabe a resposta: praticando.
Pense no mundo das startups e nos processos intensos de transformação digital pelo qual as empresas estão passando hoje em dia. Nesses novos modelos de negócio, decisões precisam ser tomadas num ritmo cada vez mais rápido, e isso envolve tomar as decisões erradas para, depois, entender quais são as decisões certas.
O segredo é errar, mas errar rápido. O erro sozinho não significa nada se alguém não criar algo novo a partir dele. A ação é crucial. Nenhuma coisa é “disruptiva” sem erro, porque coisas nunca feitas antes não têm uma receita mágica e nem estão imunes ao fracasso.
Novamente, é preciso não misturar errar por displicência com errar com riscos calculados, alinhados com os impactados, com consequências mapeadas e planos de contorno comunicados.
É verdade que fracassar é ruim, mas pode ser muito mais do que uma experiência ruim. Pode ser o começo de algo novo e melhor.
Está na hora de pararmos de ficar tão constrangidos quando erramos. Sei que falar é mais fácil do que fazer, mas tente só por uma vez enxergar o erro como parte natural do processo. Depois, tente mais uma vez. E, quando aceitar que o erro é inevitável, talvez você passe a vê-lo como um estimulante para impulsionar novas ideias e ações.
Naturalizar o erro é bom por outros motivos também, porque diminui o sentimento de que você não está fazendo o suficiente e que deve se envergonhar por algo não ter funcionado da maneira como deveria. Sem falar que, quando você espera o erro, fica mais fácil e rápido superá-lo e reagir a ele.
E você? Como supera a culpa os erros? Compartilhe nos comentários e vamos debater!