É uma dura realidade. A escassez de profissionais de tecnologia para suprir a demanda proporciona que grandes distorções aconteçam. Uma das matemáticas mais importantes que se buscam equacionar atualmente é como seniorizar um profissional júnior em um timeline de tempo cada vez menor. A empresa que conseguir fazer isso, vai Brilhar. No final, uma empresa com uma ótima cultura de desenvolvimento e formação de profissionais tende a ter um turnover menor e uma melhor sustentabilidade no médio-longo prazo. Existem muito mais variáveis do que só a remuneração, embora ela seja fator fundamental na tomada de decisão de um profissional na migração de empresas.
Acho que a defasagem de desenvolvedores realmente profissionais (que entregam no dia a dia) tem gerado essa bolha, vide a pesca que ocorre no Linkedin por essas pessoas. No fim ter feito um curso de seis meses em algum EAD já dava margem para a pessoa um salário de cinco dígitos, sem mimamente ter mostrado na prática o que essa pessoa realmente consegue entregar em um médio e curtto prazo.
Outra reflexão é quanto as pessoas estão buscando benefícios cada vez mais "exagerados" no momento da contratação. Sinto que estamos negociando com estrelas do rock em alguns momentos.
Discordo totalmente. Tem documento mostrando que as demissões em massa foram planejadas para derrubar o valor dos salários de tecnologia. As grandes empresas não estão passando por nenhuma crise, seguem lucrando absurdos e nenhum dos executivos C-Level foi afetado. Não há hipervalorização de profissionais ultra qualificados. Os "seniores de 2 anos" que estavam no mercado nunca conseguiram ir longe (especialmente nas grandes empresas) pois a régua de corte para as posições técnicas não baixou, a prova disso é que a escassez de profissionais não deixou de existir nem com gente desqualificada entrando às pencas no mercado.
Para mim tem um ponto cego, que é o mercado global (essencialmente o mercado americano) de trabalho. O dólar continua alto, as empresas americanas continuam pagando bem para devs.
Nos EUA, eu acho que vai diminuir a guerra de pagar mais por uns anos. Mas, no Brasil, talvez nem isso. Cada vez mais gente sabe mais de inglês e entende melhor como buscar oportunidades remotas fora. Ou seja, acho que no Brasil o salário de dev continuará aumentando.
Fora que, em todos essas demissões em massa, não-devs são demitidos desproporcionalmente. A demanda por devs nāo abaixou tanto assim. Talvez tenha diminuído o ritmo de crescimento.
Aos que definem salários uma pergunta: vocês estão pagando menos para alguém que esteja entrando agora na sua empresa do que para alguém de mesma senioridade, perfil e experiência que já estava na sua empresa? Se não, não tem normalização do desvio nenhuma. Apenas a média da distribuição que é mais alta do que você julgava ser.
A impressão que fiquei com esse post é que é wishful thinking de quem tem no job description contratar dev e sente pressão para diminuir o peso da folha salarial de tecnologia. Não me parece um retrato adequado do mercado de trabalho para devs.
Bons pontos, Rodrigo. Acho que não tenho uma resposta definitiva para todos. Há alguns pontos na sua análise que não concordo. Claro que estamos falando de previsões. Que podem estar certas ou erradas. Só o tempo dirá.
- O dólar está alto, mas não acho que com as demissões que aconteceram nas big techs elas continuarão a pagar bem para devs. Até porque elas (big techs) nunca foram conhecidas por pagar bem. E sim jogar com o nome da marca para o profissional aceitar trabalhar lá e alavancar a carreira depois usando esse nome. É justamente as não-Big Techs é que movem o ponteiro para fora da média. Essas empresas eram na sua maioria startups. Isso deve parar.
- O desemprego nos EUA está baixo, mas o grande receio hoje da população lá é inflação. Lembrando que o FED manteve a taxa de juros na última reunião. Em um cenário de juros alto e inflação alta, não acredito que haverá um cenário de "pagar bem".
- Das listas que tive acesso das demissões brasileiras, pelo menos 50% eram techs. Posso estar com as listas erradas. Ou a lista que tive acesso não era completa. Mas tenho a percepção oposta à sua.
- Sobre o Brasil: acho que chegamos a um topo. Não acho ter mais margem para crescer. Mas como você bem colocou, pode ser que seja o ritmo diminuindo e isso se equalize naturalmente. Você tem um ponto.
- Sobre o inglês falado no Brasil, não poderia discordar mais. Acho que grande parte do inglês falado é macarrônico. Tão ruim quanto outras nacionalidades que já tive contato. Fato. Mas em termos de comprometimento acho (por experiência) que a percepção em relação a comprometimento, horários e outros soft skills que americanos e europeus tendem a preferir outras nacionalidades com um inglês tão sofrível quanto o nosso. Não melhor ou pior.
- Sobre à sua pergunta: depende de muitas variáveis. Exemplo: a empresa está aumentando o time ou está criando um time do zero? Pois eventualmente não há esse parâmetro de pessoas com a mesma senioridade na empresa. É o meu caso, por exemplo.
- O peso da folha salarial de Tech tem sido o mais caro ou o segundo mais caro em todas as empresas que fui CTO. Muitas vezes, é totalmente justificável. O problema é quando não se tem, na perspectiva das pessoas que estão patrocinando isso (CEO, CFO), a visão de retorno com o investimento. Como disse no texto, nunca foi um problema pagar bem para profissionais que fazem a diferença. Mas todos em Tech estão fazendo a diferença para ganhar mais? Tenho dúvidas. Como tem sido a sua experiência em recrutamento?
Big tech paga MUITO bem. Não entendi seu ponto que quem trabalha nelas é só pelo nome. Google, Amazon, Apple, Netflix, Meta, todas pagam muitíssimo bem, vide levels.fyi.
As demissões foram em companhias tech, mas a maioria dos demitidos não foram pessoas desenvolvedoras (foram RH, marketing, vendas, CS, UX, etc).
O inglês falado por devs no Brasil é ruim, não disse que é bom. Mas disse que devs estão correndo atrás e melhorando. Se com inglês ruim já conseguem ganhar mais em dólar, imagina melhorando o inglês. Estamos falando de tendência é, ao meu ver, a tendência é o inglês melhorar.
É uma dura realidade. A escassez de profissionais de tecnologia para suprir a demanda proporciona que grandes distorções aconteçam. Uma das matemáticas mais importantes que se buscam equacionar atualmente é como seniorizar um profissional júnior em um timeline de tempo cada vez menor. A empresa que conseguir fazer isso, vai Brilhar. No final, uma empresa com uma ótima cultura de desenvolvimento e formação de profissionais tende a ter um turnover menor e uma melhor sustentabilidade no médio-longo prazo. Existem muito mais variáveis do que só a remuneração, embora ela seja fator fundamental na tomada de decisão de um profissional na migração de empresas.
Excelente post, Danilo. Nos faz refletir!
Acho que a defasagem de desenvolvedores realmente profissionais (que entregam no dia a dia) tem gerado essa bolha, vide a pesca que ocorre no Linkedin por essas pessoas. No fim ter feito um curso de seis meses em algum EAD já dava margem para a pessoa um salário de cinco dígitos, sem mimamente ter mostrado na prática o que essa pessoa realmente consegue entregar em um médio e curtto prazo.
Outra reflexão é quanto as pessoas estão buscando benefícios cada vez mais "exagerados" no momento da contratação. Sinto que estamos negociando com estrelas do rock em alguns momentos.
Discordo totalmente. Tem documento mostrando que as demissões em massa foram planejadas para derrubar o valor dos salários de tecnologia. As grandes empresas não estão passando por nenhuma crise, seguem lucrando absurdos e nenhum dos executivos C-Level foi afetado. Não há hipervalorização de profissionais ultra qualificados. Os "seniores de 2 anos" que estavam no mercado nunca conseguiram ir longe (especialmente nas grandes empresas) pois a régua de corte para as posições técnicas não baixou, a prova disso é que a escassez de profissionais não deixou de existir nem com gente desqualificada entrando às pencas no mercado.
Para mim tem um ponto cego, que é o mercado global (essencialmente o mercado americano) de trabalho. O dólar continua alto, as empresas americanas continuam pagando bem para devs.
Nos EUA, eu acho que vai diminuir a guerra de pagar mais por uns anos. Mas, no Brasil, talvez nem isso. Cada vez mais gente sabe mais de inglês e entende melhor como buscar oportunidades remotas fora. Ou seja, acho que no Brasil o salário de dev continuará aumentando.
Fora que, em todos essas demissões em massa, não-devs são demitidos desproporcionalmente. A demanda por devs nāo abaixou tanto assim. Talvez tenha diminuído o ritmo de crescimento.
Aos que definem salários uma pergunta: vocês estão pagando menos para alguém que esteja entrando agora na sua empresa do que para alguém de mesma senioridade, perfil e experiência que já estava na sua empresa? Se não, não tem normalização do desvio nenhuma. Apenas a média da distribuição que é mais alta do que você julgava ser.
A impressão que fiquei com esse post é que é wishful thinking de quem tem no job description contratar dev e sente pressão para diminuir o peso da folha salarial de tecnologia. Não me parece um retrato adequado do mercado de trabalho para devs.
Bons pontos, Rodrigo. Acho que não tenho uma resposta definitiva para todos. Há alguns pontos na sua análise que não concordo. Claro que estamos falando de previsões. Que podem estar certas ou erradas. Só o tempo dirá.
- O dólar está alto, mas não acho que com as demissões que aconteceram nas big techs elas continuarão a pagar bem para devs. Até porque elas (big techs) nunca foram conhecidas por pagar bem. E sim jogar com o nome da marca para o profissional aceitar trabalhar lá e alavancar a carreira depois usando esse nome. É justamente as não-Big Techs é que movem o ponteiro para fora da média. Essas empresas eram na sua maioria startups. Isso deve parar.
- O desemprego nos EUA está baixo, mas o grande receio hoje da população lá é inflação. Lembrando que o FED manteve a taxa de juros na última reunião. Em um cenário de juros alto e inflação alta, não acredito que haverá um cenário de "pagar bem".
- Das listas que tive acesso das demissões brasileiras, pelo menos 50% eram techs. Posso estar com as listas erradas. Ou a lista que tive acesso não era completa. Mas tenho a percepção oposta à sua.
- Sobre o Brasil: acho que chegamos a um topo. Não acho ter mais margem para crescer. Mas como você bem colocou, pode ser que seja o ritmo diminuindo e isso se equalize naturalmente. Você tem um ponto.
- Sobre o inglês falado no Brasil, não poderia discordar mais. Acho que grande parte do inglês falado é macarrônico. Tão ruim quanto outras nacionalidades que já tive contato. Fato. Mas em termos de comprometimento acho (por experiência) que a percepção em relação a comprometimento, horários e outros soft skills que americanos e europeus tendem a preferir outras nacionalidades com um inglês tão sofrível quanto o nosso. Não melhor ou pior.
- Sobre à sua pergunta: depende de muitas variáveis. Exemplo: a empresa está aumentando o time ou está criando um time do zero? Pois eventualmente não há esse parâmetro de pessoas com a mesma senioridade na empresa. É o meu caso, por exemplo.
- O peso da folha salarial de Tech tem sido o mais caro ou o segundo mais caro em todas as empresas que fui CTO. Muitas vezes, é totalmente justificável. O problema é quando não se tem, na perspectiva das pessoas que estão patrocinando isso (CEO, CFO), a visão de retorno com o investimento. Como disse no texto, nunca foi um problema pagar bem para profissionais que fazem a diferença. Mas todos em Tech estão fazendo a diferença para ganhar mais? Tenho dúvidas. Como tem sido a sua experiência em recrutamento?
Big tech paga MUITO bem. Não entendi seu ponto que quem trabalha nelas é só pelo nome. Google, Amazon, Apple, Netflix, Meta, todas pagam muitíssimo bem, vide levels.fyi.
As demissões foram em companhias tech, mas a maioria dos demitidos não foram pessoas desenvolvedoras (foram RH, marketing, vendas, CS, UX, etc).
O inglês falado por devs no Brasil é ruim, não disse que é bom. Mas disse que devs estão correndo atrás e melhorando. Se com inglês ruim já conseguem ganhar mais em dólar, imagina melhorando o inglês. Estamos falando de tendência é, ao meu ver, a tendência é o inglês melhorar.
Boa, Rodrigo. Obrigado por contribuir aqui.